Os SAF surgem como uma solução promissora para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no setor aéreo, responsável por 2,5% das emissões globais de CO₂ em 2022. Mesmo com avanços na eficiência das aeronaves, a demanda por querosene de aviação continuará crescendo, aumentando as emissões do setor.

Nesse contexto, os SAF se destacam por serem produzidos a partir de fontes renováveis, como o biogás, possuindo propriedades químicas idênticas ao querosene convencional. Isso permite sua utilização misturada a combustíveis fósseis sem necessidade de adaptações em aeronaves ou infraestrutura.

Os SAF podem reduzir as emissões de CO₂ em até 90% ao longo de seu ciclo de vida, tornando-se uma alternativa estratégica para a descarbonização do setor aéreo.

A Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) estabeleceu a meta de emissões líquidas zero até 2050. Para isso, implementou o CORSIA (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation), um programa global de compensação e redução de carbono para a aviação internacional, que se tornará obrigatório em 2027.

No Brasil, a Lei nº 14.993/2024, conhecida como a Lei do Combustível do Futuro, cria o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (PNCSA), que incentiva a pesquisa, produção e uso do SAF. A partir de 2027, será obrigatória a redução   mínima de 1% de GEE no setor, com aumento progressivo para 10% até 2037.

Diante desse cenário, a Geo está à frente do desenvolvimento da primeira planta brasileira de demonstração para a produção de SAF a partir do biogás. Prevista para entrar em operação em 2025, no interior de São Paulo, a planta terá uma capacidade inicial de 250 L/dia, com potencial de expansão para 750 L/dia em 2026.

Para viabilizar o projeto, a Geo firmou, em 2024, uma parceria com a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável. O objetivo é estabelecer um modelo sustentável de produção de SAF em escala comercial, utilizando resíduos de biomassa como fonte de carbono biogênico.